domingo, 26 de setembro de 2010

Carta da Cidadania Planetária

Carta da Cidadania Planetária

Em todos os continentes, espalham-se fóruns e redes de organizações sociais que buscam a Paz,
 
a Justiça e maior comunicação entre a humanidade e a natureza. Os Fóruns Econômicos e Sociais Mundiais, grandes avanços da humanidade, representam visões importantes, mas parciais, de como deve ser o mundo. Em comunhão com todo esse processo internacional, nós, participantes do 1º Fórum Espiritual Mundial, em busca de "um novo mundo possível", reunidos em Brasília, de 6 a 10 de dezembro de 2006, em um coro de muitas vozes, afirmamos que as propostas econômicas e sociais não têm, isoladamente, como solucionar satisfatoriamente os problemas da humanidade. Urge uma perspectiva espiritual, baseada no amor universal. Espiritualidade constitui, afinal, o campo fértil de onde surge a sabedoria e a ética do amor, ampliando os significados da existência humana. É a percepção da unidade entre todas as coisas e da sacralidade que permeia o existir.
Acreditamos que a vida é regida por leis cósmicas. A água molha, o fogo queima, a chuva cai, a semente germina, o botão se transforma em flor, ao inverno segue a primavera, ao verão segue o outono, o amor constrói, traz felicidade e alegria. Cosmo, galáxias, sóis, planetas, minerais, céu, terra, nascentes, rios, oceanos, vegetais, animais, seres humanos são interdependentes e complementares. Do macrocosmo ao microcosmo a teia da vida é única.  A vida é inteligente e amorosa, tudo faz parte de um equilíbrio perfeito e harmonioso.
A evolução científica, tecnológica, política e econômica constitui uma bênção para a humanidade. Mas, certamente, precisa de um ingrediente, um complemento mais significativo, mais efetivo, mais profundo, para que cada ser humano e a humanidade encontrem um estado de inteireza e felicidade. A falta de percepção da interdependência e complementaridade de toda a vida gera a visão individualista, materialista, a ilusão de separatividade. É necessária a percepção da irmandade de todos os seres viventes, de todos os reinos, de todas as raças, etnias, credos, gêneros e classes sociais. Todos pertencemos a uma mesma fonte de vida, somos todos feitos do mesmo barro. A nossa família é a humanidade e todos os seres que compõem a teia da vida, filhos e filhas da Terra.
Assim, a base fundamental para a construção de uma sociedade digna está na percepção da unidade da vida, que deve se revelar através da solidariedade efetiva, real, com atos concretos de sensibilidade, fraternidade, ética, simpatia, gentileza e cuidado. São atitudes que dependem da transformação de cada um de nós, da expressão de nossas potencialidades internas. Nenhum regime, sistema ou forma de governo, instituição política ou econômica pode, por si só, garantir uma sociedade digna. Somente com a incorporação, em nossas vidas, da solidariedade, da fraternidade, do afeto, da amorosidade, da espiritualidade e da ternura poderemos alcançar um saudável relacionamento humano e planetário.  Não há ideologia superior à solidariedade.
Dentro desta perspectiva, é essencial uma nova ótica, uma nova visão filosófica que começa com o respeito e a valorização da diversidade, amplia-se na percepção da unidade da vida e se completa com uma nova atitude. Esse novo olhar – com os olhos do coração – deve mudar as nossas motivações e intenções para que sejam altruístas, promovendo uma revisão de nossos valores.
A revisão necessária deverá atingir a dimensão econômica, colocando-a a serviço da sustentabilidade e da justiça social. A revisão será necessária às instituições políticas e educacionais, que precisam repensar seus papéis na formação de uma civilização solidária que expresse suas inspirações maiores:  felicidade, paz, respeito, autenticidade, harmonia e cooperação. Essa revisão deve chegar às instituições religiosas, para que se adaptem às necessidades de seu tempo, atualizando e aprofundando seus ensinamentos e gerando seres humanos maduros, mais sábios e responsáveis, capazes de amar e de trabalhar ombro a ombro com os diferentes. Nosso futuro depende de se alcançar a genuína sabedoria espiritual, pela integração das diferentes visões, sejam científicas, filosóficas, religiosas ou pela disposição de entregar-se ao profundo encontro com a energia do sagrado, seja qual for o nome que a ela se dê, já que essa força é a fonte de sabedoria profunda e do amor sem fronteiras. Não há ética verdadeira que não provenha dela.
A educação deve privilegiar os valores éticos; as ciências da saúde devem estar voltadas para uma percepção integral do ser humano; a economia e a tecnologia devem estar dirigidas prioritariamente para as necessidades humanas e planetárias; a política deve ter como base primordial a ética, o serviço público, o interesse coletivo; as religiões devem estar direcionadas para a espiritualidade, a religiosidade, a tolerância, o respeito mútuo e essencialmente para a irmandade universal; a sociedade deve formatar novos paradigmas lastreados na solidariedade e na proteção da vida. Todos os setores de atividades devem estar permeados de espiritualidade, de fé na sacralidade da vida, de atuação  positiva, para o bem, para a plenitude do ser.
Em nossas efêmeras e transitórias vidas, somos os cidadãos e cidadãs do Planeta.  As divisões que criamos são artificiais, um equívoco, eis que o Planeta é um só. Somos os tripulantes da Nave-Terra, somos a própria Terra, e é fundamental a união amorosa de todos, para uma viagem feliz, para a preservação da humanidade e da vida planetária, nessa saga maravilhosa da nossa Mãe-Terra girando harmoniosamente rumo ao infinito.
O mundo somos nós, seres cósmicos. Assim sendo, temos o poder de transformá-lo em um mundo melhor. A vida é regida por leis cósmicas confiáveis, o que nos permite agir com segurança para a mudança da vida planetária. Há uma perfeita e dinâmica correlação entre causa e efeito. Queiramos ou não, somos inexoravelmente responsáveis pelo mundo que temos, por ações ou omissões. Como ativistas da paz, haveremos de criar uma massa crítica que permita estabelecer novos paradigmas. Cada um de nós é um elo da corrente que une todas as criaturas. É preciso criar a consciência coletiva da responsabilidade individual, atuando para substituir o egoísmo pelo altruísmo, o individualismo pela solidariedade, o consumismo pela simplicidade, o ter pelo Ser, o materialismo pela espiritualidade.
Que cada um de nós possa assumir consigo mesmo, com o Eu interior, com a consciência, com a Humanidade e com Planeta um compromisso que tenha o seguinte conteúdo:
"Consciente de que a edificação de uma sociedade justa depende da transformação individual de cada ser humano, comprometo-me a atuar - com amor, inteligência e solidariedade - empenhando o melhor de minhas capacidades e habilidades para a construção de uma sociedade livre, igualitária, fraterna, buscando proteger a vida planetária e construir uma organização social justa e digna, reconhecendo que minha família é a humanidade e que estou irmanado com todos os seres viventes”.
RECOMENDAÇÕES
O 1º FÓRUM ESPIRITUAL MUNDIAL aprova as seguintes recomendações:
a) promover a fraternidade entre todos os seres, - independentemente de reino, raça, etnia, gênero, credo, classe social -, como fundamento básico para a organização da sociedade e para a atuação política;
b) apoiar o trabalho das Nações Unidas e de outras organizações nacionais e internacionais na construção da paz mundial e na defesa dos direitos humanos;
c) fomentar a atuação harmônica e consensual para a integração política e econômica dos povos, respeitadas as culturas, as religiões, as tradições e as línguas locais;
d) fomentar a educação e o estudo comparativo de culturas, tradições religiosas, filosóficas, ciências e artes visando a maior aproximação e integração entre os seres humanos e os povos;
e) conscientizar a sociedade para a proteção da vida e a conservação do ambiente natural, em defesa da manutenção da biodiversidade, da flora e da fauna, dos rios, dos lagos e das nascentes; atuar para que aqueles que causaram ou venham a causar danos à natureza, notadamente aos mananciais hídricos, recomponham os ecossistemas;
f) empenhar-se em prol do desarmamento mundial e da eliminação das minas terrestres;
g) propor às Forças Armadas o direcionamento de seus efetivos para a execução de tarefas voltadas para o estabelecimento da justiça social e da defesa do equilíbrio ecológico planetário;
h) instituir um documento de identidade pessoal reconhecido em todo o Planeta;
i) incrementar a realização de plebiscitos como forma de valorizar a cidadania e ampliar a democracia direta e participativa;
j) propugnar pela democratização dos meios de comunicação, com o objetivo de garantir a todos a divulgação de suas idéias e pensamentos; trabalhar para que a mídia assuma o compromisso ético de estar a serviço dos valores que edifiquem e fortaleçam uma cultura de paz entre todos os seres;
l) propor a criação de uma unidade monetária, em âmbito planetário, a partir do respeito e da valorização da economia solidária e da vida das comunidades mais carentes;
m) defender uma legislação justa com a valorização do Estado de Direito;
n) criar mecanismos e sistemas que possibilitem a efetiva participação de todos na vida política, econômica, cultural e social em âmbito planetário;
o) desenvolver o respeito aos direitos individuais e coletivos e à pluralidade e à diversidade de idéias e pensamentos;
p) garantir igualdade de oportunidades a todos, sem quaisquer discriminações, com a erradicação da miséria;
q) promover o acesso de todos à educação, em especial a educação de valores;
r) promover o acesso à saúde, com adoção de vida saudável e alimentação natural;
s) instituir ações que promovam mudanças nos hábitos de consumo, de modo a substituir consumo exacerbado pelo consumo consciente, com o uso equilibrado dos recursos naturais;
t) incentivar, em âmbito mundial, a adoção de uma língua neutra - como o esperanto - como língua de comunicação e de intercâmbios cultural e comercial, com a conservação das línguas e dialetos locais, garantindo a democracia lingüística e a manutenção dos valores culturais de todos os povos;
u) recomendar a criação de empresas cujos participantes sejam, em sistema cooperativo e igualitário, seus proprietários;
v) apoiar e desenvolver atividades agrícolas que, a partir da percepção da unidade da vida, conservem o meio ambiente e a natureza, objetivando produção agrícola que garanta alimentação orgânica e ecologicamente correta;
x) congregar organizações sociais para potencializar suas forças e divulgar seus trabalhos;
z) apoiar e promover eventos culturais e espirituais ou campanhas que possam elevar os paradigmas da sociedade.
A humanidade precisa de todos nós!
Cada um de nós tem o poder de mudar o mundo.
E juntos nosso poder é maior!
 
                                                                1º FÓRUM ESPIRITUAL MUNDIAL
 
                                                                 Brasília – dezembro 2006

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Artigo: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) retirou de seu site o artigo de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo de Guarulhos (SP), que faz um apelo a todos os cristãos de não votar em Dilma Rousseff. O documento foi censurado, também, no site da Diocese de Guarulhos.
Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!
D. Luiz Gonzaga Bergonzini - Bispo de Guarulhos - 19 de julho.
Com esta frase Jesus definiu bem a autonomia e o respeito, que deve haver entre a política (César) e a religião (Deus). Por isto a Igreja não se posiciona nem faz campanha a favor de nenhum partido ou candidato, mas faz parte da sua missão zelar para que o que é de “Deus” não seja manipulado ou usurpado por “César” e vice-versa.
Quando acontece essa usurpação ou manipulação é dever da Igreja intervir convidando a não votar em partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família, pois tudo isso é de Deus e não de César. Vice-versa extrapola da missão da Igreja querer dominar ou substituir-se ao estado, pois neste caso ela estaria usurpando o que é de César e não de Deus.
Na condição de Bispo Diocesano, como r e s p o n s á v e l pela defesa da fé, da moral e dos princípios fundamentais da lei natural que – por serem naturais procedem do próprio Deus e por isso atingem a todos os homens -, denunciamos e condenamos como contrárias às leis de Deus todas as formas de atentado contra a vida, dom de Deus,como o suicídio, o homicídio assim como o aborto pelo qual, criminosa e covardemente, tira-se a vida de um ser humano, completamente incapaz de se defender. A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita por quem se diz cristão ou católico. Já afirmamos muitas vezes e agora repetimos: não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto. (confira-se Ex. 20,13; MT 5,21).
Isto posto, recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff e demais candidatos que aprovam tais “liberações”, independentemente do partido a que pertençam.
Evangelizar é nossa responsabilidade, o que implica anunciar a verdade e denunciar o erro, procurando, dentro desses princípios, o melhor para o Brasil e nossos irmãos brasileiros e não é contrariando o Evangelho que podemos contar com as bênçãos de Deus e proteção de nossa Mãe e Padroeira, a Imaculada Conceição.
“(...) recomendamos a todos verdadeiros cristãos e verdadeiros católicos a que não dêem seu voto à Senhora Dilma Rousseff (...)”.
(D. Luiz Gonzaga Bergonzini)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PRECE PELO PAI


PRECE PELO PAI 
Bendito seja, ó Pai, por aquele que participa do teu poder de gerar a vida!
Venho hoje agradecer-te a honra, a alegria e a felicidade de possuir um bom pai.
Trago o seu nome gravado com letras de fogo no meu coração.
Sou parcela do seu ser e prolongo na vida os traços do seu rosto e de seu caráter.
As diferenças pessoais que em mim se acentuaram com a idade, jamais conseguirão desmerecer a herança que recebi diretamente do sangue de meu pai.
Quero manter pelo afeto e pela gratidão o vínculo indestrutível da minha filiação.
Perdoa, ó Pai do céu, as faltas que cometi contra o meu pai da terra.
Perdoa se não correspondi melhor aos seus anseios e aos seus esforços
. Perdoa se alguma vez eu o magoei e causei-lhe preocupações.
Posso assegurar-te, ó Pai, que ele sempre esteve no meu coração.
Pelo bem profundo que eu quero ao meu querido pai, reserva-lhe uma benção especial, por tudo que ele fez e pelo que ele sempre será para mim.
Amém.

Dois Irmãos


Conta-se que dois irmãos viviam nas regiões do Himalaia. Um deles, depois de algum tempo, resolveu que queria servir a Deus, queria cooperar com Deus, mas não no meio do povo, no meio da massa, no meio da gentalha. Ele queria cooperar com Deus, no Alto do Himalaia, treinando a mente, fazendo exercícios psíquicos. E para lá demandou.

O outro irmão decidiu também cooperar com Deus.

Eu quero servir a Deus. Mas, eu quero servir a Deus aqui, no meio do povo, junto à minha gente. E ficou no vilarejo atendendo às multidões.

O irmão, que subiu a montanha, passou muito tempo lá. Desenvolveu de tal forma a sua capacidade mental, o seu poder de concentração, sua integração com as coisas do Cosmo que, quando pensava algo negativo,  era capaz de dissolver a neve.

Lá embaixo, o outro irmão trabalhava as necessidades alheias, tratava feridas, as chagas abertas, as dores do mundo.

O irmão que tinha subido a montanha para meditar, sentiu saudade do outro que ficara lá embaixo e decidiu visitá-lo.

O grande desafio para ele era: Como é que eu vou, depois de tanto trabalho aqui em cima, misturar-me àquela gente lá embaixo? Como é que eu vou?

Mas, a saudade era grande, e ele pensou:

Bem,  vou fazer uma bola de neve bem compacta e levo comigo porque eu posso verificar como é que vai ficar meu pensamento. Poderei sentir se meu pensamento desviar do bem.

Fez a bola de neve e desceu a montanha, silencioso. Quando chegou, depois de muitas horas, lá embaixo, no vilarejo, depois de tanto tempo, saiu a perguntar:

Onde estaria Fulano? O seu irmão. Onde estaria aquele homem?

Alguém apontou um casebre. Algumas folhas de palmeira cobriam o casebre e debaixo, no meio de jovens, de crianças, de velhos, um homem de barbas longas, a cabeça já alvejada pelo tempo, cuidava da perna de uma jovem morena, muito linda, que esticava-a sobre as pernas dele. Ele tratava de uma ferida aberta, com toda tranquilidade, com toda paz do mundo.

O irmão visitante começou a olhar a jovem que era tratada pelo irmão barbudo.

Foi olhando aquela jovem bela, fixou-se na sua perna esticada e a bola de neve começou a derreter em sua mão.

A moral da história é que é muito fácil ser virtuoso e cooperar com o bem, longe do mal e dos desafios.

O nosso grande repto, o nosso grande desafio na Terra é cooperar com Deus na luta que temos. É cooperar com Deus no meio das adversidades, no meio de toda essa loucura em que estamos, no meio da criminalidade, da corrupção, das mentiras, das falcatruas, das inimizades.

É exatamente para esse meio que Deus nos mandou. E, se o Criador nos mandou pra cá, para viver essa experiência, é porque Ele sabe que aqui, nesse caldo de cultura, é que teríamos melhores e maiores chances de crescer, cooperando com o bem na Terra.

Não adianta sermos virtuosos, no meio de virtuosos.

O mundo é de provas, o mundo é de expiações, exatamente porque temos que aprender a tirar leite da pedra, a transformar  limões em limonada.

É por essa razão que a nossa cooperação com o bem não pode se restringir a viver entre pessoas boas, no sentido de ajudá-las. Não são os bons que precisam de nossa ajuda, como disse o Cristo: Os sãos não precisam de médico, quem precisa de médico é quem é enfermo.

Ainda que tenhamos por amigos do coração as pessoas do bem, as pessoas harmonizadas, as pessoas que nos ajudam a crescer, não esqueçamos que temos um compromisso de estender as mãos àqueles que estão na retaguarda, àqueles que estão atormentados, os que não conseguem entender e ver a vida como nós já conseguimos compreender e ver a vida.

É preciso ser cooperador do bem, mas onde ele não existe, porque senão, choveremos no molhado.

Seremos como aquele homem que conseguia dissolver a neve com seu pensamento, mas que não tinha dissolvido da alma o olho mau, o olho ruim, o olho lascivo e pecador.

*   *   *

É desse modo que começamos a pensar de que maneira poderemos colaborar com o bem, de que forma poderemos cooperar com o bem no mundo em que estamos.

Parece que a nossa ação não vai servir para nada. O discurso comum é que tudo está perdido, nada tem mais jeito.

Mas, como? Como é que Deus continua mandando crianças para a Terra?

Como é que Deus continua nos dando sol, chuva, primaveras e verões, se não tivesse mais solução para nada?

Por que continua a nos dar sementes para serem semeadas?

É porque as coisas não estão perdidas. Há muita gente perdida na Terra, mas nós poderemos lhes ajudar a encontrar o caminho. Nós poderemos ser-lhes bússola ou apresentar-lhes uma.

Daí nós poderemos colaborar com o bem, cooperar com o bem, enaltecendo os valores das pessoas valorosas.

Como é difícil falarmos coisas boas de quem é bom. Parece que ao falarmos do bem das pessoas boas, nós ficaremos diminuídos, quando não é verdade.

Quando falamos o bem de alguém, a virtude das pessoas que a gente conhece, um vizinho, um colega da escola, um amigo, um professor, um familiar, ou alguém que a gente não conhece, mas que viu na televisão, que leu no jornal, quanta gente boa sobre as quais nós podemos falar coisas boas, ajudando o bem a ganhar espaço no mundo.

Quantas vezes podemos dizer a palavra que esclareça, que ilumine, que oriente na hora certa. Ajudar a alguém na hora certa, com uma palavra.

Poderemos cooperar com o bem, silenciando diante da ofensa, da agressão de alguém, por que se nós respondermos naquele impulso da hora, da cólera, da mágoa, com toda certeza nós magoaremos também os outros.

O grande problema - nos lembrou o Homem de Nazaré - não é o que nos entra de fora para dentro, não é o que nos entra pela boca da alma, é o que sai dela. Porque aquilo que nos chega proveio de alguém e esse alguém será responsável. Mas, o que sai de nós e é negativo, a responsabilidade é nossa.

Então poderemos cooperar com o bem, fazendo o bem, falando o bem, ensinando o bem, indicando as coisas boas. Temos tantas formas de fazer isto.

O mal não merece comentário em tempo algum. Mas, se houver necessidade de comentarmos o mal de alguém que seja para extrairmos o bem dessa lição.

É nesse pensamento que se apóiam os moralistas, aqueles que ensinam a Humanidade a viver melhor, acompanhando as formas pelas quais a Humanidade vive pior.

Então, cooperar com o bem não é apenas adquirir virtudes em branco, pureza em branco. Aquela pureza teórica de quem se esconde do mundo, de quem se tranca a sete chaves.

A cooperação com o bem, toda a cooperação com o bem exige que  saiamos ao campo de lutas, ao campo de batalha. É no mundo onde  deveremos nos desenvolver.

Não esqueçamos da oração sacerdotal de Jesus. Ela foi chamada assim nas traduções – a oração sacerdotal de Jesus, quando Ele pede a Deus em relação aos Seus discípulos:

Senhor, Eu não Te peço que os tires do mundo. Eu Te peço para que os livres do mal.

É no mundo que deveremos estar. A nossa grande preocupação é viver no mundo sem nos tornarmos uma pessoa mundana, negativa, infeliz e inferior. Jamais nivelar por baixo em termos morais.

Nivelar-mo-nos sempre a partir daquilo que é nobre, que é digno, que é bom, cooperando com o bem.

Por isto, vale a pena entender as lições de Paulo de Tarso quando nos propõe falar aquilo que convenha à sã Doutrina; falar aquilo que represente o bem, que seja conveniente ao bem – a Boa Doutrina, a boa orientação do Homem de Nazaré.

Podemos cooperar com o bem de múltiplas formas, começando de nós, tratando de nós, gostando de nós próprios, melhorando a nossa autoestima, iluminando o nosso coração para que, de um coração iluminado, possam partir energias positivas na direção dos outros, na direção do mundo.

Foi Cristo que disse que: A boca fala daquilo que está cheio o coração.

Se o nosso ser, se a nossa intimidade estiver cheia de luz, não haverá outro recurso senão falarmos claridades, cooperando com o bem.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 140,
 apresentado por  Raul Teixeira, sob coordenação da
Federação Espírita do Paraná. Programa gravado
 em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 24 de maio de 2009.
Em 10.08.2009

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desenvolvimento da Mediunidade


Desenvolvimento da Mediunidade
Bezerra de Menezes (espírito)

Os ensinamentos contidos nos códigos espíritas, a advertência dos elevados Espíritos que os organizaram e a prática do espiritismo demonstram que nenhum indivíduo deverá provocar, forçando-o, o desenvolvimento das suas faculdades mediúnicas, porque tal princípio será contraproducente, ocasionando novos fenômenos psíquicos e não propriamente espíritas, tais como a auto-sugestão ou a sugestão exercida por pessoas presentes no recinto das experimentações, a hipnose, o animismo, ou personismo, tal como o sábio dr. Alexandre Aksakof classifica o fenômeno, distinguindo-o daqueles denominados “ efeitos físicos”. A mediunidade deverá ser espontânea por excelência, a fim de frutescer com segurança e brilhantismo, e será em vão que o pretendente se esforçará por atraí-la antes da ocasião propícia.Tal insofridez redundará, inapelavelmente, repetimos, em fenômenos de auto-sugestão ou o chamado animismo, isto é, a mente do próprio médium criando aquilo que se faz passar por uma comunicação de Espíritos desencarnados.
Existem mediunidades que do berço se revelam no seu portador, e estas são as mais seguras, porque as mais positivas, frutos de longas etapas reencarnatórias, durante as quais os seus possuidores exerceram atividades marcantes, assim desenvolvendo forças do Perispírito, sede da mediunidade, vibrando intensamente num e noutro setor da existência e assim adquirindo vibratilidades acomodatícias do fenômeno.
Outras existem ainda em formação ( forças vibratórias frágeis, incompletas, os chamados “agentes negativos”), que jamais chegarão a se adestrar satisfatoriamente numa só existência, e que se mesclarão de enxertos mentais do próprio médium em qualquer operosidade tentada, dando-se também a possibilidade até mesmo da pseudo-perturbação mental, ocorrendo então a necessidade dos estágios em casas de saúde e hospitais psiquiátricos se se tratar de indivíduos desconhecedores das ciências psíquicas.Por outro lado, esse tratamento será balsamizante e até necessário, na maioria dos casos, visto que tais impasses comumente sobrecarregam as células nervosas do paciente, consumindo ainda grande percentagem de fluidos vitais, etc..
Possuindo na minha clinica espiritual fatos interessantes cabíveis nos temas em apreço, patrocinarei aqui a exposição de alguns fatos espíritas, convidando o leitor à meditação sobre eles, pois o espírita necessita profundamente de instrução geral em torno dos fenômenos e ensinamentos apresentados pela ciência transcendente de que se fez adepto, ciência imortal que não poderá sofrer o abandono das verdadeiras atenções da do senso e da razão.
Recordações da Mediunidade, palavras do dr. Bezerra de Menezes através da psicografia de Ivone A. Pereira.