quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Gregos e troianos


Gregos e troianos


Pedro Bavuso Ribeiro

Por força de caráter, dignidade e de apreço consigo mesmo, não pode e nem deve o homem pertencer a duas facções ao mesmo tempo; deve escolher o espírito de luz ou de trevas, já que a água não se mistura ao óleo. O homem sempre foi livre para viver e para expor seus pensamentos e sonhos, independentemente da crítica destrutiva do seu igual. A sociedade que vive atolada na areia movediça da hipocrisia e do faz-de-conta, é a primeira a vomitar normas, costumes e impropérios; essa mesma sociedade que se alimenta de couve e que arrota caviar. Ainda bem que a vida humana é feita de outros caminhos, ambições diferentes, costumes outros e de tranquilidade de espírito. Por essa razão é que temos de definir qual o exército devemos pertencer, se aos Gregos ou aos Troianos. Por questão de opinião própria e de gratidão, de há muito me alistei e caminho empunhando a banheira do exército grego, vez que me é infinitamente impossível pertencer a dois exércitos, por questões óbvias.
Vou seguindo com os Gregos, indiferente ao ódio e ira dos troianos, qualidades negativas que só me fazem lutar bravamente, trazendo-me ainda mais incentivo para obtenção de novas vitórias. Os Gregos não se intimidam jamais diante da afronta e da agitação da carruagem inimiga. Os objetivos sagrados do exército grego serão alcançados, ainda que sob o peso do não querer do exército adversário. Nossa meta – a do exército grego – é a de sempre seguir em busca de novos sucessos, deixando na poeira das estradas do combate, as marcas da luta e do heroísmo. As críticas do outro exército nos elevam, e os elogios nos corrompem. Aos inimigos declarados e encobertos pela fria sombra da hipocrisia, os louros da nossa vitória, porque são eles que, através do ódio e da inveja, e da fúria, injetam em nossas veias grandes dose de incentivo e da indômita vontade da luta e do destemor. Caminhamos – os Gregos – sempre na direção do futuro, porque à nossa retaguarda vêm os soldados do exército do mal.
Diante dos olhos dos soldados gregos, sempre a tremular com imponência, a bandeira da fé, da luta e da esperança de novas vitórias.
E a vida continua, e a certeza de outras vitórias, também.


 


Pedro Bavuso Ribeiro
Prof. Universitário aposentado
Defensor Público de classe especial aposentado. Advogado